NOVOS PREFEITOS, PREFEITOS NOVOS E O QUE MUDA?
Vivemos o momento da posse dos novos prefeitos e o que
pode acontecer? Tudo, inclusive nada.
Percebe-se notoriamente uma melhoria importante no nível
de maturidade e consciência político-eleitoral do povo brasileiro, apesar de
termos ainda um grande chão a ser percorrido até podermos experimentar e
vivermos um tempo de plenitude, onde o cidadão que também é eleitor seja um
implacável agente de mudança, um verdadeiro exterminador de maus políticos pela
via legítima do voto.
Uma nova legislatura, novas expectativas, algumas
esperanças e quase nenhuma certeza do que os novos eleitos poderão efetivamente
fazer.
Novos prefeitos novos, novos prefeitos velhos, velhos
prefeitos de novo e a mentalidade?
Não importa apenas ser novo ou estar de novo a frente do
poder, mas é vital uma nova mentalidade, um novo modelo, uma nova forma de
fazer política e especialmente de fazer a diferença para o bem das pessoas.
Acredito convictamente que é hora da gestão. Menos
política e mais gerenciamento com excelência; faz-se necessário uma grande
prioridade para o fator da eficiência administrativa e um trato responsável e
comprometido com o bem comum e logicamente com a condução eficaz da coisa
pública, da máquina administrativa, do governo que recebeu nas mãos.
As práticas viciadas são todas bastante conhecidas e
certamente saberemos em breve espaço de tempo quem veio para realizar e quem
veio para enrolar ou para “se dar bem”.
Na verdade a maioria esmagadora dos políticos é
competentíssima na arte nefasta de ludibriar as pessoas, de montarem verdadeiras
engenharias do crime, de ajustarem a administração pública aos interesses
pessoais e assim governam para si e o povo que se dane. Um sucesso absoluto....para os seus próprios
interesses.
Entretanto falamos lá atrás de algumas esperanças e
queremos pautar a nossa linha de pensamento nesta ótica positiva, acreditando
que as coisas podem ser diferentes desta vez.
E aí, o que fazer?
Para os prefeitos novos que experimentam seu primeiro
mandato, a minha melhor expectativa, pois vejo que na inexperiência política está a
maior das virtudes e caso reúnam um elenco de competências essenciais e valores
morais e éticos, poderão sem a presença dos famigerados vícios políticos
realizarem uma gestão verdadeiramente diferente, com uma injeção de sangue novo,
movido pelo ânimo e o ímpeto de realizar, de deixar um legado, de marcar seu
nome na história, de honrar a confiança recebida e poder ao final da missão, olhar
para trás e dizer para si mesmo: conseguimos, fomos aprovados, melhoramos a
vida das pessoas, honramos a confiança, combatemos o bom combate, avançamos e
vencemos.
E o que pode fazer um gestor bem intencionado e
comprometido?
Tudo começa pela montagem de uma competente equipe de
trabalho no tamanho certo, otimizada, composta por pessoas que conheçam as
áreas, que tenham espírito cívico e que atestem compromisso com a missão.
A partir daí, torna-se vital um planejamento estratégico
para 4 anos, com uma visão estabelecida para 8 anos. É necessário que se faça
uma projeção das receitas a cada ano e para o período do mandato e melhor ainda
para um tempo equivalente a 2 mandatos, independentemente de um projeto de
reeleição, pois é importante construir um plano de trabalho que contemple o
futuro das novas gerações sem se importar com quem estará governando lá.
Os secretários devem ser pessoas que conheçam a sua área
mais até que o próprio prefeito. Este pré-requisito deve ser utilizado também
para os demais cargos do segundo escalão e de qualquer contratado para cargo de
liderança.
Na sequência, deve o novo gestor fazer uma análise
criteriosa do tamanho necessário do aparelho público ou da máquina
administrativa como queiram (não gosto deste termo) e adequar, em tudo quanto
possível, a nova estrutura ao ideal estabelecido. Pode começar pelos cargos de
funcionários contratados, pois como a política sempre prevaleceu sobre a
excelência de gestão, as máquinas são infelizmente inchadas.
Que tal uma reforma administrativa? Conheço cidades
pequenas que tem mais secretários que uma capital. É possível unir áreas numa
única secretaria, pois um coordenador é mais barato que um secretário e todos tem
que trabalhar e muito.
E o prefeito?
Este tem que ser o líder, aquele que dá a visão, o cerne
da estratégia, é aquele que inspira, que delega, que define as autonomias e que
principalmente cobra resultados. O chefe do executivo municipal não deve ser
uma pessoa de gabinete, mas sim de campo, vendo ao vivo e a cores o tamanho das
necessidades, identificando oportunidades de melhorias, acompanhando o
andamento das ações de governo, angariando com competência e firmeza o maior
número de recursos possíveis, conquistando parcerias governamentais, emendas,
projetos, convênios, o prefeito é aquele que dá o tom da gestão, a batida do
tambor, o ritmo do trabalho, é aquele que monitora a evolução dos trabalhos e
controla com veemência os recursos, receitas e despesas e com o máximo cuidado
em torno dos aspectos legais, contábeis e auditorias internas para garantir a
eficiência e a legalidade dos investimentos e gastos de custeio, além de
blindar sua administração de problemas com os órgãos de controle.
O prefeito é o grande mentor, o grande articulador,
aquele capaz de ver o todo, capaz de aparar as arestas, de mudar rumos quando
necessário, de alinhar entendimentos, de motivar a tropa, mas também de trocar o que precisa ser trocado no tempo
certo, pois o prefeito a rigor preside a cidade e os seus interesses e é sem
dúvida o grande responsável por tudo que acontece de certo ou de errado.
Ele deve ser um grande líder, liderar pelo exemplo, ser
um líder ético, que respeita os valores, as diferenças, mas que consegue
ajustar os interesses e colocá-los sempre em sintonia fina com os interesses da
cidade e do projeto construído no planejamento estratégico, que deve refletir a
sua lealdade aos compromissos firmados em campanha e na gestão da cidade.
A cidade precisa funcionar bem, preponderantemente nas
áreas essenciais da saúde e educação, a população precisa e merece de serviços
públicos minimamente qualificados, o prefeito precisa assegurar a regularidade
destes serviços e tem que agregar valor a administração pública, inovando,
atraindo investimentos, industrializando o município, gerando reais
possibilidades de emprego e renda.
Precisa desenvolver uma política agrícola, incentivar o
comércio, investir nos arranjos produtivos locais, garantir água e energia para
todos, conquistar na esfera federal recursos para um sério projeto de
saneamento básico.
Precisa de um programa inspirador para a juventude em
todas as áreas (cultura, desporto, lazer, prevenção as drogras, capacitação
profissional e carreira).
O esporte deve ser incentivado amplamente, como grande
instrumento para unir, tornar mais saudável a convivência, estimular uma
juventude mais saudável e ética.
A cidade precisa ser bem cuidada, limpa, arborizada e
para tanto um bom projeto urbanístico pode ajudar muito.
O turismo deve ser incentivado, como instrumento de
alavancagem, atração de receitas, mobilização do comércio, criação de novos
setores econômicos e geração de emprego.
Deve-se pensar uma cidade sustentável, com a valorização
e o cuidado de rios, lagoas, matas, vegetação e solo.
Por fim, não dá para acreditar em qualquer projeto dos
novos prefeitos que começam, sem vermos contemplados estas ações e estes
aspectos que mencionamos aqui.
Sr. Prefeito, veja o tamanho da sua missão, abrace com
todo o seu compromisso, perceba as inúmeras pessoas que dependem essencialmente
da competência e seriedade do seu mandato, veja o extraordinário legado que
você pode deixar, imagine ao final desta grande missão poder bater no peito e
dizer: Consegui, honrei meu mandato, ajudei a muitas pessoas, contribuí
decisivamente para a melhoria da cidade, ajudei a melhorar a vida de muita
gente, gerei vida e por tudo isso recebo merecidamente o respeito e a aprovação
de todo um povo.
Sr. Prefeito, isso não tem preço.
Que Deus o ilumine e o inspire a um grande trabalho e a
um extraordinário mandato, para o seu bem e o bem de todos.
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