terça-feira, 2 de abril de 2013



SECA: UMA GRANDE FERIDA ABERTA


O problema da seca já podia ter sido erradicado da nossa história e da vida deste povo sofrido do sertão nordestino.
As soluções estão todas postas, mas a atitude é pouca e a vontade idem.
esta é uma chaga aberta, uma vergonha nacional e uma dívida para com os mais empobrecidos dos sertões.
Sem ações definitivas, prevalecem as medidas assistenciais (ou assistencialistas), que minimizam mas não debelam um problema tão grave.
O Brasil que já conseguiu erradicar doenças como a Varíola, Poliomielite e até a tuberculose (salvo casos esporádicos), não conseguir ainda erradicar este mal, esta doença que se alonga pelos séculos e agoniza a vida de tantas pessoas carentes nos rincões do interior do nordeste, transforma este grave problema em uma das suas grandes máculas.
Não há como deitar sobre um problema tão desumano, tão perverso e tão cruel, que atenta contra a vida de pessoas que não têm como se defenderem e que são absolutamente impotentes diante deste gigante que se levanta.
Gente como fome e sede de pão e água, mas também de justiça e da atitude de homens que receberam a missão deste enfrentamento, a quem pedimos encarecidamente que se façam presentes de fato e verdadeiramente.
A seca é um problema pré histórico, jurássico, com o qual não precisaríamos mais conviver, caso houvesse um real comprometimento dos homens públicos com esta causa tão vital desde sempre.
As soluções existem, estão todas definidas e planilhadas, são soluções possíveis e viáveis, pois mais caras que as soluções definitivas, são as ações paliativas.
Transposição do Rio São Francisco, Eixão das águas, é possível abrir canais por todo semi árido com as águas do Velho Chico, construção e recuperação de poços, construção de muitas cisternas, aparelhamento para irrigação das áreas, linhas de crédito, orientação técnica e em paralelo as ações assistenciais necessárias até que tudo esteja funcionando bem.
A seca é um fenômeno real e previsível, que sabemos que virá, neste ou naquele ano, mas certamente virá, pois é uma característica climatológica da própria região, porém sabemos também que é possível convivermos bem com o problema, desde que as ações estruturais e definitivas sejam efetivadas, assim como fizeram os países construídos sobre o deserto, onde temos em Israel o maior exemplo a ser seguido.
É uma situação indesculpável, fruto do descaso e da negligência dos gestores públicos e que por uma omissão desumana e até criminosa procrastinaram e dormiram sobre este flagelo, permitindo que inocentes, indefesos, gente humilde e sofrida, padecesse todos estes anos por conta desta ferida aberta no semiárido do Brasil.
A seca não é um problema do Nordeste e nem apenas do nordestino, mas do Brasil e de todos os brasileiros. É uma trágica marca do Brasil para o resto do mundo, que revela a falta de importância que os nosso corpo político dá ao povo humilde e sofredor, que mostra a cruel frieza dos homens empoderados por este mesmo povo, realçando este nefasto paradoxo e que mostra a própria face da política praticada no nosso país.
Que a mão do Deus Todo Poderoso, esteja sobre este povo, que Sua graça os sustente, que o Seu amor os conforte, que o seu milagre se manifeste e que o Jesus Cristo de Nazaré inspire estes líderes políticos a agirem de forma altruística, prática, contundente e rápida para que tanto sofrimento seja atenuado.
Não dá mais para esperar, chega de carros pipa, chega de latas d’água na cabeça, tem que ser agora, é possível se priorizar as ações de transposição, é possível concentrar energias e foco nestas ações vitais, é viável para o conjunto dos agentes públicos (União e Estados) é necessário e vital para este povo que clama no deserto, que padece e sofre com as agruras da estiagem, da seca que mata as esperanças e as próprias pessoas.
É hora de valorizarmos a vida, representada por esta gente sofredora que vive no epicentro da seca.
Chega de discursos eloquentes, tão eloquentes quanto hipócritas, chega de jogarem para a torcida, de fazerem política com a miséria das pessoas, chega desta banalização da vida, chega desta crueldade para com aqueles que não têm como se defenderem, chega deste jogo político perverso, chega de tanta omissão, de tanto descaso e de tanta negligência.
Chega!

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